sexta-feira, 20 de julho de 2007

Iniciando...

Havia um Rapaz que queria ser muito. Queria escrever, queria ser político, queria ter idéias boas para o mundo. Ele gostava de observar e falar a verdade asperamente às pessoas. Sentia até um pouco de orgulho ao ofender alguém com suas verdades próprias e também possuía satisfação em saber que muitas pessoas sentiam raiva dele por causa de seus comentários. Ele sabia que o mundo estava mal organizado, mas ele nunca havia pensado, por si, como seria o melhor mundo. Sobre pensar por si, ele defendia a idéia que as pessoas tinham que possuir o máximo de idéias originais possíveis. Sabia que isso não era totalmente possível ou fácil, mas ele era um defensor da livre criatividade do indivíduo.
O Rapaz, de repente, começou a se sentir sozinho. Os poucos amigos que ele possuía começavam a sumir, a não mais ligar, a procurarem outros amigos. Ele nunca teve muitas pessoas em sua vida, mas começou a incomodá-lo o silêncio de todos os dias que tomava conta de sua vida. O Rapaz também sabia que seus poucos amigos não se afastavam por causa de sua acidez nas palavras. Na verdade, isso era o que havia de diferente e interessante nele. O problema é que suas palavras não mudavam. Tampouco suas idéias. Enquanto seus amigos cresciam, mudavam de vida, pensavam na vida e no futuro escuro que eles tão ansiosamente aguardavam, o Rapaz ainda continuava (confessadamente com menos entusiasmo) a ver os defeitos do mundo e a desejar mudá-lo. Com a distância de seus amigos, o Rapaz ficou ainda com menos vontade de lutar. Ficava em casa por vários dias. Sem vontades, sem desejos. Sentia uma força inimaginável dentro do seu coração. Sentia uma capacidade ilimitada de ser o que quiser e fazer o que quiser. Mas, não tinha mais razões. Ao menos, não as sentia em si.
Então, um dia, ele decidiu lutar, mesmo sem vontade, para achar essa razão. Poderia falar sozinho, teria que escrever mais, que era o sonho (antes), teria que sair, conhecer as pessoas, seu mundo, sua terra e outras terras e idéias também. Teria também que voltar ao seu passado para concluir o que deixou mal-feito e assim, conseguir sempre mudar, evoluir e reciclar suas idéias, sonhos, planos e vida. Sentiu-se um idiota pensando que precisava dessas coisas, pois parecia mesmo um livro idiota de auto-ajuda. Mas, pensou que se era o que sentia, neste momento, não poderia negar-se essas idéias, mesmo que fossem piegas. Pensou e descobriu que precisava... fugir da vida que ele se encontrava nesse momento. E a primeira coisa a se fazer seria ter um lugar para escrever. E para lá, ele foi começar a viver fora de sua vida...

Nenhum comentário: