quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Limite

Sempre tive repulsa pelos cansados. Aquela gente que se cansa de lutar por algo e simplesmente senta em cima, desistindo de ser quem era. Sempre os acusei de medrosos, de preguiçosos etc. Mas, agora acho que os julguei um pouco (um pouco!) mal. Não que os proteja, ainda acho um erro aceitar o cansaço e ir embora da vida. Mas que às vezes algo nos "ataca" tanto, que deixamos de sentir como antes. Talvez não seja cansaço, mas é uma defesa. O casco fica grosso e nem as dores se sentem mais. Não. Não sentir as dores não é nada bom.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Mais uma?

Acorde, Petrus. Acorde para tudo. Quantas vezes já não me perdi em minhas animações passageiras? Eram apenas fôlegos desse mar em que afundo a cada dia? Não sei. Mais uma bolha de ar veio para mim. Acorde, acorde e nade cá pra fora, meu filho, venha logo, você ainda pode ver o sol, venha cá, digo a mim. Vamos, este é o fôlego de agora. Vejamos para onde vou.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Filhos

Quando tiver meus filhos - se os tiver - tentarei deixá-los os mais independentes de mim possível. Diferente da minha mãe, que tenta me mimar, comprando-me com comida, dinheiro, gentilezas e uma subserviência incômoda, não quero ser assim. Mais jovem, nunca desejei ter filhos, aquela velha ladainha de achar que o mundo é ruim demais para filhos, que os pais projetam (isso nem tanto ladainha) nos filhos os seus sonhos frustados etc. Eu poderia tentar ter um filho depois de realizar meus sonhos mais possíveis, seria uma saída dessa mentira. Mas a questão são os mimos e os pais servirem de empregados aos filhos. Incomoda-me isso em minha mãe. Penso que ela sente que já sou um "grande rapazinho" e que ela vai me perder para o mundo, por isso ela insiste em ir para onde eu vou, de me dar tudo na boca, assim ela pode pensar que eu vou me consolar e ficar com ela. Mas eu já me perdi a muito tempo desse conforto. Os mais interioranos (e para mim, uns pé no saco) dirão que eu sentirei falta quando me distanciar da família. Besteira. A coisa que mais me felicitou foi me distanciar de toda essa hipocrisia familiar, dessa ajuda egoísta que cada um dá para o outro para depois pedir de volta (quando não, ter um status de dominador e vencedor da família). Agora a mãe minha está ali, cozinhando para seu filho de 5 anos, bem, é como ela me trata. Mas ah! Vá o filho dela contrariar os princípios dessa mulher, dali não existe mais filho e nada mais. É uma pena. Se tudo isso fosse por ela estar preocupada com minha solidão, minha falta de convívio familiar e essas coisas, eu poderia até estar feliz e respeitar os cuidados que ela me dá, mas, não é nada disso. Ela só tem medo da solidão que ela sentirá, pois perderá o último filho para o mundo e assim - já que ela é mulher de nenhum amigo - perderá o único que a tem com respeito e talvez amor. Isso é triste, para mim e para ela.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Intolerância

O que será essa intolerância crescente dentro de mim? Não posso esperar um minuto a mais por outra pessoa ou um comentário desagradável e inoportuno que vem uma raiva. Raiva de mim mesmo, dirão os psicólogos mais tradicionais - e chatos. Talvez. Ou insatisfação por eu ter que me esconder, por eu ter que aceitar certas coisas. Eu não aceito. Eu escondo. Eu não posso fumar agora porque minha mãe não pode saber, pois ela sabe o que é melhor pra mim (na visão dela) e vai me encher de palavras que não tenho interesse em ouvir (um interesse meu). Seria justo? Ela não vê o filho dela num estado negativo (no caso, fumando) e eu poupo meus ouvidos de certas idiotices. Não sei se é justo, ainda falta algo para mim, pois estou escondendo algo que preciso mostrar, ou preciso fazer no momento não permitido. Isso é apenas um exemplo, obviamente. Mas é algo diário em minha vida. Em qualquer ocasião Não fale algo que chateará alguém, não vá a um lugar que não desejam sua companhia, não coma muito pois você é melhor assim. Só sei que fica assim. Todos ditando o que devo fazer, alguém dentro de mim se escondendo e se irritando cada vez mais por, além de seguir ordens imbecis, ainda ter que ouvir ladainha e atraso das pessoas.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Espírito e carne

Divido-me entre minha parte espiritual e a parte viva. Elas me confundem. A primeira acha que tudo isto é efêmero e desimportante e que eu não devo dar importância pra nada daqui. A segunda quer o sangue para se viver profundamente, pensa que a vida é tudo e única, devendo-se sentir cada vez mais a natureza humana dentro de si. Sou um pedaço dos dois que se degladiam entre si, cobras vis. São boas em essência e odiosas na superfície.

P.S.: Às vezes me parece que ninguém pode ser culpado por nada. Tudo (às vezes, repito, é apenas um pensamento passageiro) é circunstancial. Todos estão inseridos em seus respectivos contextos, apenas cumprindo seus papéis de psicopatas, maniacos, estupradores, assassinos, carrascos etc. E Deus nenhum do mundo tem o direito de dizer que alguém é culpado de apenas ter aceitado o seu pobre destino obrigado pela obrigação de nascer e cumprir seu papel marginal. Ou não. A consciência é de cada um e deus ou diabo é o que cada qual faz com sua mente.

domingo, 11 de novembro de 2007

Fugir da vida

Hoje seria um bom dia pra fugir da vida (quase ninguém entenderia isso). Esquecer todas essas paranóias, perdas e danos e destinos traçados, pessoas que foram e querem voltar sem serem bem-vindas. Eu não sou bem-vindo em minha vida. Tanto que pensei escrever e depois se perdeu no buraco negro da minha mente. Mais fácil pensar que é uma caixa, mas não é. Nada pra dizer, pensei demais... por enquanto, depois eu fujo da vida.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Morte

Eu acordei num campo verde infinito. Havia algumas árvores distantes, um caminho rasgado entre o gramado que levava a uma montanha verde. O céu não tinha uma nuvem. Não havia ninguém ao meu redor. E não importa o quanto eu ande, o campo é sempre o mesmo, as árvores estão no mesmo lugar, tudo no mesmo lugar, sempre. Essa é a minha visão da morte... da minha morte.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Vida, um pouco dela...

Será a vida algo tão importante que devemos correr atrás dos prazeres, como se eles nos trouxessem uma alegria infinita e eterna? Penso que não. A vida é dolorosa e as pessoas sempre desejaram lutar contra sua vitória, pois elas também querem as próprias vitórias, e não deixaram você vencer primeiro. E se você aceita perder? E se aceita que tudo que lhe disseram para ter uma vida boa é uma mentira. Enganaram-lhe esse tempo todo, dizendo para você ser bonito, rico, estudioso e trabalhador. E se a dor for a saída para que sua vida seja algo realmente importante? A dor física e a dor mental. Todas essas coisas que o mundo lhe diz que são coisas ruins, e se for a verdade que lhe completaria? Enquanto pessoas morrem de fome, sem terem o que comer, outras vivem com coisas desnecessárias, sorrindo felizes por terem essas coisas inúteis. Isso é vitória? E até mesmo as pessoas pobres são levadas a crer que os que as dominam estão corretos, que eles, por deterem o poder, são privilegiados e suas vidas são felizes. Será essa uma felicidade verdadeira? Parece que não, pois quando se perde essas coisas que lhe dão prazer, a felicidade vai junto. E quando se descobre a felicidade na dor e no seu próprio ser. Pode-se ser eterno assim. Pois a dor acompanha todo ser humano. A dor de viver e de morrer. Isso nos traz alegria, orgulho. Orgulho da dor. Pois esse sou eu, essa dor é um pedaço de mim. E nada que tenho é um pedaço de mim. Apenas eu mesmo. Os dois caminhos, o da ilusão e o da realidade, serão duros de se traçar. Os dois trarão mágoas, dores, dificuldades, medos. Então, por que escolher o caminho que no fim, se acaba? Esse caminho superficial que nunca lhe pertencerá. Ao contrário do caminho real, que é eterno, que mesmo após sua morte, se alastrará pela eternidade do mundo, que terá uma gota do seu sangue. Não somos o que temos. Então por que sempre se quer mais e mais? E por que se esquece o que somos? Não se dá valor ao seu verdadeiro eu, a sua alma, seu mente, seu peso. E não se dá esse valor porque até agora, você não possui esse valor e nem mesmo você poderia perceber isso. Até mesmo quando uns dizem que procuram a elevação espiritual, estão apenas buscando facilidades para como Deus, para que ele torne suas vidas cheias de dádivas e facilidades (até mesmo depois de mortos). Por que Deus é tão bom? Ou mau? Ou Deus é seu mordomo pessoal que basta você dar um pedacinho de sua fé hipócrita e egoísta e assim ele lhe concederá todos seus pedidos? Nem mesmo parece Deus, pois falsamente as pessoas dizem se curvar e reverenciar a Deus, mas ele precisa dar mimos para que vocês os amem e depois? Depois Deus é que reverenciará todos aqueles que enganaram e diziam amá-lo. É assim que vocês vêem o Deus de vocês? E se, na verdade, ele quer a dor de vocês para saber até que ponto vocês o amam? Viveriam no inferno eterno em sacrifício a ele? Sentiriam a dor do fogo eterno que vocês tanto temem por ele? Isso sim seria amor. Pois sei que o que vocês mais prezam são esses prazeres parcos e pobres e mundanos, cheios de adoração pelo dinheiro e pelas riquezas. E então, vocês se privariam disso eternamente para mostrar que amam o Deus? Isso seria amor. Não há amor sem troca. Ou não. E o que vocês dão para ele nunca é suficiente, pois sempre esperam algo em troca, mesquinhos. E seus espíritos? Eles não passaram por nada. Apenas sorriem e esperam o gozo. Não queiram ser perfeitos, pois esse é o fim da linha. Após a perfeição nada mais existe e tudo perde o sentido. Após a perfeição, não se é mais nada e nada mais se sabe do tudo que se compreende. Não sei se Deus espera o sacrifício doloroso que vocês não querem dar a ele, mas meu espírito pede. O meu deseja que eu me sacrifique e desmorone, me perca, me humilhe, sofra nos fogos de todos os infernos eternamente, para assim descobrir minha alma, calma e despreocupada, pois sabe que tudo se acaba, inclusive ela mesma e não precisa pressa para ir a lugar algum.
Pensei nisso e hoje ouvi novamente essa idéia: "A todo momento, a maioria das pessoas imagina como gostariam de ser." E ficam vivendo com essa imaginação, esse sonho. Até refletem no espelho seus corpos malhados para não verem suas banhas caídas. Seus apartamentos de luxo para não verem o cafofo em que vivem. E eu? Eu vejo um borrão quando penso no que gostaria de ser. Ou talvez não... talvez eu veja várias coisas, tantas que nem sei qual escolher. Nunca sei escolher entre chocolate e morango... não sei qual vou desejar nesse dia. Nunca sei escolher entre a minha vida passageira e fútil ou minha morte para a vida eterna.
Por que existe essa necessidade minha de encontrar um caminho? Por que não me sinto satisfeito em ficar perdido o tempo todo e só? Seria-me melhor. Melhor... me perco nessa de ser bom ou mau comigo mesmo, destruir, auto-destruir, auto-aperfeiçoar... morrer viver.

"De repente, estamos em casa e um amigo nos liga para fazer uma viagem e nós vamos. De repente, um antigo amor liga e pede consolo."

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Velho sonho

Deixa-me deprimido o modo como um velho amigo está, atualmente. Parece que contraiu uma doença fatal ou que está usando drogas. Não sei se é apenas comigo, mas sempre parece abatido. Não fisicamente. Mas sua vida parece estar presa num buraco negro infinito, que ele não consegue sair e que está caindo eternamente. Não que a minha seja muito diferente. Mas a minha parece mais uma areia movediça, em que quando estou saindo, caio de novo. Vou sair e caio de novo. Mas um dia eu vou ou fico. Mas ele não. Não luta contra a família opressora. Bem, ele não dá importãncia a ela. Mas, mesmo assim, ela o afeta de certa forma a deixá-lo doente, como um morto. Mas como alguém indiferente a quase tudo, como ele aparenta ser, pode se deixar, ao mesmo tempo, se abater com tudo? Sinto-me um pouco culpado. Tanto por ele estar como está como por ter permitido isso. O que teria acontecido se tivéssemos seguido outro rumo? E se hoje estivéssemos numa militância fervorosa por algum propósito idiota? Ou se estivéssemos numa sede por criar e criar coisas para o mundo, desespedamente, como se o mundo precisasse de alguma coisa de nós? Ou se tivéssemos seguido rumos totalmente incompreensíveis para nós como tornar-se alguém (completamente) fútil ou completamente certo de seus propósitos? Ou se esse é o nosso karma? E se o importante não é chegar, mas sim, seguir o caminho, e se assim o for, por que o caminho não está nos trazendo nada de importante? Ou será que essa é a nossa importância? Ou se somos livres e a vida é uma só e então estamos deixando de aproveitá-la ou aprender algo de realmente bom para nossas cabeças? E se todas essas perguntas são o problema de que sempre pergunta-se e desconfia-se demais das coisas, ao invés de aceitá-las? E se ele é o meu oposto, meu alter ego, a minha sombra que luta contra meus desejos, que se torna meu lado negro para eu conseguir me enxergar plenamente? Por que a vontade dele de ser um grande nada arrasa e destrói minha ânsia doentia de ser tudo para mim mesmo? Certezas. Forças. Descobrimento. O que se espera? O que se esqueceu? E o que o desejo de um ser como o outro nos deixa tão distantes ou tão próximos? Ou mesmo que tudo que se ver sendo faz-nos transformar no contrário daquilo? O que é tudo isso? Um arranhar na superfície. Ou um mergulho intenso no nosso imenso nada.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

O garotinho

O garotinho tenta achar palavras para descrever todos os sentimentos do mundo. Encontrou poucas e não descreveu nem um pouco de si mesmo.

Um pouco de esperança

Como eu pude me acomodar na crença que eles tinham em mim? Acomodei-me, usei-os de travesseiro para minha pequena e rápida ditadura do poder, por isso, perdi-o rapidamente. Como puder esquecer dos sonhos antigos e dos pensamentosj? Das idéias de liberdade e sobre fugir daquela seca infinita que guardavam os seus pecados? Eu trouxe a esperança e do mesmo modo a levei de volta para longe do coração deles. Perdi-os ao cair de costas sobre seus braços firmes, que me desejavam bem, mas que eu nem me lembrava quem era, de tão bêbado do poder que me era concedido. Como, não sei. Trazer de volta a esperança que eles ganharam e perderam por minha culpa.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A bondade infinita dos filhos de Deus

Gênesis - Cap. 47, vers. 13.

José, filho de Jacó (que depois foi chamado de Israel e fundou esse país) e protegido de Deus, era um homem muito bondoso e misericordioso. Ele morava no Egito e previu que o Egito ficaria 7 anos em seca e fome. Pensando nisso, teve a idéia de lucrar em cima da pobreza que cairia sobre aquele país e contando seu plano ao Faraó, decidiram armazenar comida e vender durante a estiagem. Eles também decidiram que não contariam a ninguém mais sobre a previsão de José, pois outras pessoas poderiam guardar um pouco de comida e então os lucros de José e Faraó diminuíriam.

Chegou a seca e José ficou muito feliz por poder ganhar dinheiro quando ninguém mais podia. Vendia a comida acima do preço de mercado, obviamente, pois apenas ele tinha para vender. Lucros incríveis de mais de 500%.

Mas, como os pobres egípcios, por causa da seca, não tinham como produzir e assim venderem, gastavam todo o dinheiro comprando mantimentos de José, mas não tinham como ganhar nenhuma moedinha de ouro ou prata. E chegou o momento que não mais poderiam comprar de José, então foram mendigar:

- José, não temos mais nada! Você vai deixar-nos morrer em tua presença, podendo nos dar um pouco de alimento, em troca da bondade infinita de Deus?

E José como ótimo negociante que era, não deixaria passar uma oportunidade de lucro:

- Vocês não tem dinheiro, mas tem gado. Dêem-me o gado de vocês e eu lhes daria a comida.

Os egípcios não queriam perder o gado, que era a única esperança de um dia voltarem a trabalharem, quando a seca acabasse, mas para não morrerem de fome, deram o gado a José.

O gado acabou e novamente eles foram implorar:

- José, não temos mais dinheiro ou gado. Por acaso tu vais deixar-nos morrer de fome aqui, na tua frente, sob os olhares bondosos e justos do bom Deus?

E novamente José, filho de Israel, bisneto de Abraão, patriarca do Judaísmo, Islamismo e Cristianismo, o mesmo Abraão estelionatário, descendente próximo de Noé, todos filhos protegidos e amados do bom Deus, respondeu:

- Vocês não têm mais gado ou dinheiro, mas têm o corpo e as terras. Sejam meus escravos e permitam que eu usurpe suas terras e que vocês sejam escravos eternos das terras do Faraó.

Os pobres egípcios aceitaram, pois sabiam que era melhor serem escravos do que morrerem de fome.

E assim se iniciou uma das 12 tribos de Israel, todos sob a proteção do infinitamente bom e misericordioso, Deus.
E por que todo o poder que sente não lhe diz nada? E de tudo que acredita, nada lhe traz satisfação? A luta que travaria poderia não ter sentido nenhum à humanidade, mas um sentido completo para seu coração. O que ainda não encontrou...

domingo, 5 de agosto de 2007

A visita

O amigo se foi. Deixou um restinho de bebida ainda no copo, pras formigas beberem. Deixou o vazio de seu lugar no sofá, que nem mais quente está. As conversas trocadas entre os dois ficaram vagando no ar até o outro dia chegar e limpar tudo, limpar as palavras trocadas até mesmo da lembranças dos dois amigos que se despediram sem dizer adeus ou até logo ou até amanhã, mas apenas virando as costas um para o outro. Não desejavam mais se verem ou trocarem pensamentos ou vaguearem no mundo dos planos sonhados e inacabados que sempre rodeia os amigos. E um dos dois, ao virar as costas pro amigo pensou que a vida e muita coisa que possuímos e sentimos morre antes do nosso corpo. E ele sorriu ao achar idiota o pensamento de que a vida acaba antes de terminarmos de viver e sorrindo foi morrer em sua cama, antes do dia amanhecer.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Abraão, o estelionatário

De Gênesis, capítulo 20:

Abraão foi viver com sua mulher em Gerar. Quando chegou lá, disse ao rei daquele lugar, Abimeleque, que sua esposa, Sara, era, na verdade, sua irmã. Sem saber que Abraão mentia, Abimeleque tomou Sara por sua esposa. Então, ao anoitecer, veio Deus em sonhos para o rei de Gerar:

- Vais morrer por tomar para ti uma mulher casada! - disse Deus.
- Quem é casada? Sara? Mas o Senhor vai punir alguém inocente? Abraão disse: "Sara é minha irmã". E ela também lhe disse: "Abraão é meu irmão." Se pequei, ó Deus, foi com sinceridade no coração - respondeu Abimeleque com o coração aterrorizado.
- Acredito que foi com sinceridade no coração que errastes. Então, restitui-lhe a esposa ou morrerás - finalizou Deus o sonho do grande rei.

Abimeleque, desesperado, chamou Abraão e perguntou-lhe:

- O que lhe fiz de mal para trazeres tanto temor as minhas terras?

E Abraão, protegido de Deus, respondeu:

- Se eu dissesse que era minha esposa, então, matariam-me. E bem... ela também é minha irmã, da parte do Senhor Deus.

Abimeleque então com medo de Abraão deu ovelhas e bois para Abraão e restituiu-lhe a esposa, Sara. E de todas as terras de seu reino, Gerar, Abimeleque disse que Abraão poderia escolher a que melhor lhe confortasse para viver o quanto quiser.

E Deus devolveu a fertilidade que lha havia tirado das mulheres de Gerar por causa de Sara.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Amor e sonhos

Dizer tudo que sempre quis se dizer... nunca há tudo que se quer dizer, pois as emoções mudam tudo e transformam Pessoas em pessoas. Minhas emoções... qual o mais certo: destruir o passado (materialmente) para não forçar lembranças com objetos antigos que, na maioria, só trazem dor, porque o realmente importante nunca será esquecido pela memória? Ou guardar as recordações físicas para aprender algo com aquela dor cicatrizada? E claro, todas as lembranças, principalmente as felizes, são tristes justo por seres lembranças.

Hoje estava com tanto sono e quando acordava (para mudar o horário do relógio despertar), me sentia num sonho, perdido ali sozinho com o relógio. Aquele sonho acordado parecia não ter dor ou preocupação, apenas a obrigação despreocupada de trocar o horário do relógio para dormir mais... ah vida minha.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Adequado

Que desejo possuo eu de nunca me adequar a esse mundo de loucos. Loucos com suas regras certinhas e organizadas que todos se excitam em quebrá-las. Mas, como posso ajudar esse mundo que odeio amo tanto assim sem me adequar as suas normas?

Uma conversa

joyce says:
eu não acho que esse mundo tenha jeito, acho que é daqui pra pior.. por isso faz diferença... não vai continuar do mesmo jeito... mas é só o que eu acho... e que coisas ruins vc fala?

Petrus says:
Será que pensar que o mundo é ruim não é o mesmo que pensar que Deus é ruim? Pois Deus criou os homens a sua imagem e semelhança. Então, o homem é perfeito. E mesmo que não seja, como foi criação de Deus, e o o homem fez isso com o mundo, não teriamos que culpar Deus pelo mundo estar como está?

Petrus says:
E as coisas ruins que falo são as injustiças do mundo que você prefere "não olhar" para poder aceitá-las melhor. Não sei algo específico.

joyce says:
entendi. E não acho que devamos culpar Deus não. A culpa eh toda e exclusivamente nossa, seres humanos imperfeitos. Ele nos deu tudo, deu o mundo, a forma de agir, e o que é que o homem faz? vai contra a vontade dEle.

joyce says:

é o tal do livre arbítrio, preferia não ter rs

Petrus says:
Só que se você tem um filho e ele destrói toda sua casa, a culpa é sua ou do seu filho?

joyce says:

minha, mas acho que não dá pra comparar não.

Petrus says:
Por quê? Deus diz: "Os pais são responsáveis pelos seus filhos". Literalmente, com essas palavras!

Petrus says:
Uma coisinha só: não estou dizendo para culparmos Deus. Mas para não acharmos o mundo tão ruim assim. Afinal, se seu filho destrói a sua casa, mas depois você o ensina que ele não deve fazer isso e ele acaba arrumando, isso será uma coisa boa e você não cometeu erros, só que seu filho não tinha aprendido ainda. Acho que é o mesmo pro mundo. Só que se seu filho desistir da sua casa, bem, aí você

Petrus says:
mãe (ou Deus), teria tido um trabalho perdido ao ter tido esse filho. Não concorda?

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Noite

Por que o mundo todo dorme? Por que tem hora certa para que todos (ou quase todos) vão descansar do vasto dia que tiveram? A noite tão bela, fria e de tão escura que ilumina nossos melhores pensamentos só serve (para alguns) para dormir ou se divertir. Talvez eu não gostasse tanto da noite se ela fosse como o dia, cheia de barulho, de pessoas indo e vinda, preocupadas com seus afazeres tão urgentes que nunca possuem tempo para nada. Ou talvez... toda noite, eu só esteja dormindo e por isso sonho que seja tão bom não dormir e me perder nessa escuridão...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Iniciando...

Havia um Rapaz que queria ser muito. Queria escrever, queria ser político, queria ter idéias boas para o mundo. Ele gostava de observar e falar a verdade asperamente às pessoas. Sentia até um pouco de orgulho ao ofender alguém com suas verdades próprias e também possuía satisfação em saber que muitas pessoas sentiam raiva dele por causa de seus comentários. Ele sabia que o mundo estava mal organizado, mas ele nunca havia pensado, por si, como seria o melhor mundo. Sobre pensar por si, ele defendia a idéia que as pessoas tinham que possuir o máximo de idéias originais possíveis. Sabia que isso não era totalmente possível ou fácil, mas ele era um defensor da livre criatividade do indivíduo.
O Rapaz, de repente, começou a se sentir sozinho. Os poucos amigos que ele possuía começavam a sumir, a não mais ligar, a procurarem outros amigos. Ele nunca teve muitas pessoas em sua vida, mas começou a incomodá-lo o silêncio de todos os dias que tomava conta de sua vida. O Rapaz também sabia que seus poucos amigos não se afastavam por causa de sua acidez nas palavras. Na verdade, isso era o que havia de diferente e interessante nele. O problema é que suas palavras não mudavam. Tampouco suas idéias. Enquanto seus amigos cresciam, mudavam de vida, pensavam na vida e no futuro escuro que eles tão ansiosamente aguardavam, o Rapaz ainda continuava (confessadamente com menos entusiasmo) a ver os defeitos do mundo e a desejar mudá-lo. Com a distância de seus amigos, o Rapaz ficou ainda com menos vontade de lutar. Ficava em casa por vários dias. Sem vontades, sem desejos. Sentia uma força inimaginável dentro do seu coração. Sentia uma capacidade ilimitada de ser o que quiser e fazer o que quiser. Mas, não tinha mais razões. Ao menos, não as sentia em si.
Então, um dia, ele decidiu lutar, mesmo sem vontade, para achar essa razão. Poderia falar sozinho, teria que escrever mais, que era o sonho (antes), teria que sair, conhecer as pessoas, seu mundo, sua terra e outras terras e idéias também. Teria também que voltar ao seu passado para concluir o que deixou mal-feito e assim, conseguir sempre mudar, evoluir e reciclar suas idéias, sonhos, planos e vida. Sentiu-se um idiota pensando que precisava dessas coisas, pois parecia mesmo um livro idiota de auto-ajuda. Mas, pensou que se era o que sentia, neste momento, não poderia negar-se essas idéias, mesmo que fossem piegas. Pensou e descobriu que precisava... fugir da vida que ele se encontrava nesse momento. E a primeira coisa a se fazer seria ter um lugar para escrever. E para lá, ele foi começar a viver fora de sua vida...